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Casais em divórcios litigiosos se esquecem de ser pais.

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Casais em divórcios litigiosos se esquecem de ser pais.

Casais em divórcios litigiosos se esquecem de ser pais.

Casais com filhos e que se divorciam litigiosamente se esquecem, na maioria das vezes, das suas funções como pais. Como são as mesmas pessoas desempenhando papéis diferentes, o de cônjuge e o de pai e mãe, alguns casais têm dificuldade em diferenciar essas funções e comprometem o cuidado com os filhos.

Não se pode confundir parentalidade com conjugalidade e o casal precisa continuar se comunicando em função das crianças. Em separações conflituosas, os envolvidos tendem a priorizar as questões conjugais e chegam a usar os filhos para resolvê-las.

• Os filhos:

As crianças são sensíveis ao conflito e manifestam isso em suas atividades diárias. Seus sentimentos podem se apresentar como um nervosismo, ansiedade ou como uma lealdade muito forte a um dos pais. Para lidar com a situação, desenvolvem mecanismos, que podem ser saudáveis ou não.

O mecanismo não saudável mais comum é a parentalização. Como a função dos pais não é exercida adequadamente, a criança sente que precisa se colocar como adulto e tomar decisões. Por mais que a criança aparenta estar bem por conseguir desenvolver suas atividades, ela sofre porque não tem tempo de ser criança. Quando crescer essa criança tende a ser um profissional competente, uma pessoa que se preocupa com os outros, mas a ausência de uma infância saudável pode causar sofrimento.

Os comportamentos saudáveis baseiam-se na mudança de foco e o fortalecimento na relação com os irmãos, quando existem. Filhos únicos podem focar a vida, por exemplo, em um esporte para evitar lidar com o conflito e para conseguir reconhecimento pessoal. Nas famílias que têm mais de um filho, os irmãos podem se tornar mais próximos, já que se encontram na mesma situação e buscam se ajudar.

• Disputas de poder:

O divórcio é considerado destrutivo quando os cônjuges se agridem, se envolvem em disputas de poder e colocam outras pessoas para intermediar os conflitos. Esse contexto se estabelece quando um dos parceiros ou os dois não conseguem aceitar o fim da relação e, por meio das brigas, tentam manter o outro ainda em suas vidas.

Nesse tipo de separação é comum que não se reconheça a responsabilidade compartilhada no cuidado dos filhos. Os pais tendem a focar suas atenções apenas na resolução dos problemas com o antigo cônjuge.

Um sinal comum de que a separação é problemática acontece quando um dos pais presenteia as crianças com presentes caros ou muito desejados. Celulares, por exemplo. Dessa forma, falam diretamente com os filhos e passam para eles a responsabilidade de resolver problemas que deveriam ser solucionados entre os pais, como o Dia de Visita. Crianças não devem ter essas responsabilidades, nunca! Além disso, os filhos passam a manipulá-los para ganhar presentes ou visitarem um dos pais somente quando quiserem, por exemplo.

Diante desses pontos, quando deparo-me com um caso desse tipo, aconselho – e reafirmo -, que as decisões judiciais não podem ser mais um elemento de conflito. Justiça e apoio psicológico devem trabalhar juntas para amenizar o sofrimento dos filhos e também dos pais. O trabalho da Justiça e dos psicólogos deve mostrar ao casal que a família não está sendo destruída, mas sim que se está sendo criada uma nova estrutura familiar.

O divórcio é uma forma de buscar a felicidade.

 

Um abraço a todos.
Alonso & Alonso Sociedade de Advogados
OAB/SP nº. 19.209

Fonte: Ecodebate. “Estudo da UnB analisa a dinâmica de pais em divórcios destrutivos e como os filhos lidam com a separação“. Texto editado. Autorizado por EcoDebate e publicado sob licença CC BY-NC-SA 3.0 BR.

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